quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Fel


Então,
me tira desse mundo
me toma de escudo
e enfrenta teus inimigos;


Deixa,
que o suor dos teus rostos,
rebata em minh'alma
como navalha, ácida.


ME TIRA!
minha ira,
se transforma
em agonia...


me esconde...!
Me esconde desse medo,
E desse frio,
Que me consome.



quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A Mediocridade nossa de cada dia.


Conheço pessoas,
De beleza singular;
São como flores,
No mais são normais,
Tanto quanto a poeira
e o vazio retratado
escondidos embaixo do sofá,
mergulhados no abismo,
da hipocresia do eu.


Conheço pessoas,
de inteligência notável,
São como Deuses,
No mais, são normais,
apodrecem e desaparecem,
tanto quanto qualquer chuva
garoa, maré, primavera...
São somente seres,
que esqueceram-se de ter fé.


Sim, conheço pessoas
de Alma pura,
Pagam um preço alto
para mantê-las límpidas;
São os guerreiros cotidianos,
Que limpam o mundo,
e o transformam em "hall"
Pra você entrar,
sem limpar os pés.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Espelho, Espelho teu.


Traga as rosas,
pro meu enterro,
E pros meus versos:
Que descansem em paz;


Morre a música,
E a beleza,
Perde-se o soneto,
Quebra-se o verbo...


Voa-se a luta,
Perdida...
Passageira...


Abandona-se a face,
Cansada...
E sofrida.




quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Todo Seu.


Luta bandida,
se apega, dia após dia,
Renega a alma,
Quase vazia,
por minha indiferença,
E por tua covardia.

Finge que não ouve,
O tempo ruge!
Ah, não há como escapar...

Destino é momento,
Perdido no tempo
Que deixa-se de lado,
Pra importar a outrem.

Não rasgue as cartas
São só memórias,
Vazias.
Ah! memórias,
Guardadas, empoeiradas,
E remoídas só por ti.


sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Sós.

Renega o anjo pela décima vez.
“-O que prefere? Morrer só?”
-Não, prefiro a vida...
-Prefiro até a dor,
Se meu legado for por entre espinhos,
Conhecer o verdadeiro amor.

O anjo vira as costas e tira a máscara.
É verdade, as asas são de papelão.



quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Tempo


Palavras bem ditas,
Mal ditas...
Tudo o tempo leva,
Leva os dias, leva as horas,
Incertezas nem existem mais,
Sonhos são surreais.
São como crianças,
Vazias de sorriso;
Quase desesperador.

As tardes ímpares,
Os rostos nublados,
Vai-se-e-vem desordenado.
Tudo é tão vago,
E eu continuo!
Eu vago, por entre o tempo,
Que esqueceu, de me levar.

O tempo hoje
Só leva minha juventude,
Minha disposição e entusiasmo;
Mas não leva minhas memórias,
Meus anseios
E mais que isso:
Não leva a dor dos sonhos
Esquecidos e dilacerados.

domingo, 11 de novembro de 2007

Prazer, Sr. Mais Um.


Barulho demais
Sorriso de menos,
Vazio soletrado
F-R-A-C-A-S-S-O.

Um copo quebrado
Martini caindo,
Vermelho deixado
De lado-a-lado...

Prazer encorajado,
Boca seca de paixão
F-O-I-S-E-O-(A)-F-I-M.

Desalento Adocicado;
É questão demais

E solução de menos.


sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Gravura


Se retratar flores
Fosse meu objetivo
Seria fotógrafo.

Quero é cravar na tua alma
A indiferença retirada
Do teu ego em decomposição

Quero é falar daquilo
Que você esconde amedrontado
Dentro da tua TV.

Seria fotógrafo,
Se fosse possivel
Registar Caráter.


segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Solo



Eu nunca temi. Desbravei masmorras frias, lutei guerras perdidas e vencidas, passei por cima de meus inimigos retalhados. Sempre fui guerreiro, a luta me atrai.
Certa noite ao me levantar, e pronto á cavalgar por entre uma floresta ainda desconhecida, sob olhares frios e brisas tremulantes, me deparei com um olhar:

Não sei ao certo se naquele momento, aprendi o que era medo, ou perdi o medo de amar.



sábado, 20 de outubro de 2007

Lírio.


Vejo que flor
É dor calada,
Que aprendeu a duras mágoas
Esconder.
[sua beleza...

Sua tristeza,
Em imensidão,
De luz e cor,
De perfume e amor,
[e solidão...


Ou flor é o pesar,
De Deus, transformado
Em poesia,
Em beleza
E esperança?
[ em vida, e só...?


domingo, 14 de outubro de 2007

Meu verso em esperança.


Condene meu verso, Prenda-o!
Mas meu eu não se deixa levar,
Mesmo preso entre ferro e dor,
Minha alma ainda sente o calor,
Da Poesia, da vida, do amar!...


Pois penso que o existir é vago,
Se nada corresponde-te de fato,
Pois o real é aquilo que criamos,
E nos sujeitamos cotidianamente,
A ser existência, num plano qualquer.


Condena meu olhar,
Desvie-se!Já que nada do que sou te encanta;
Mas responda-me de uma vez, do que adianta
Ter flores no jardim,
Se não há esperança?



segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Escuro intímo...




Mais uma noite,
Com o frio da brisa me esqueço,
E me pego relembrando outras noites,
Outros rumores, outras lutas...

Sinais mais que memórias,
No íntimo ainda há um solo,
Doce e nostálgico.

Outro plano,
Quem sabe o que pode esperar,
Numa viagem qualquer
Por um outro trem vermelho.

Sei lá,
Talvez o sono me ajude,
A viver de novo.





D...?....vida.


Ao passo que eu abro,
Meus olhos pro mundo frio,
Não entendo quanta insegurança
Preenche esse vazio;

As vezes acho,
Que o mundo,
É fácil, e eu,
difícil...


Com sabor de inocência,
Não sei ao certo o que fazer,
Nem se posso realmente,
De alguma forma amadurecer;



As vezes acho
Que o mundo,
É cruel, e eu
Vítima intíma.


sábado, 22 de setembro de 2007

Partilha



Vai vento,
Leva embora toda essa poeira
Acumulada encima da cômoda
E não se esquece
Do meu coração,
Deixado sobre a televisão.

Vai de uma vez,
Porque não há doçura no adeus,
Deixa o acaso te guiar,
E me deixa lutar contra minha alma,
Despedaçada e dopada.

Eu perguntei um dia,
Porque você teria de partir,
E você me respondeu:
“Porque o tempo não é meu”
Agora eu vejo,
O tempo era meu.

E eu falhei,
Em contar os segundos,
Porque não era isso,
Não era te amando que eu havia de lhe ter,
Era odiando a mim,
Esquecendo meus planos,
E escondendo no armário meu choro.

Vai vento,
Me esqueces com a sinfonia
De um adeus sobre o luar.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Fases.

Silêncio,
Muro no meio da sala,
Terno na gaveta do banheiro,
Dia de sol, janela fechada.

Parecem tão distantes,
As meias ímpares,
De cada lado da cama.

Querer,
Mesa vazia de amor,
Pasta cheia de preocupação,
Computador lotado de tempo perdido.

Parecem tão distantes,
Os corpos ímpares,
De cada lado da cama.

Poesia e Ponto.


Poesia é imensidão
Não se cria, se concebe,
É o dom de encontrar beleza
Em qualquer tom,
Pois o verso do poeta,
É o mundo condensado,
Traduzido em sedução.

Poesia é um meio,
De se encontrar com a própria alma,
E dela retirar vivências não vividas,
Transformando-as em versos livres,
Prontos para voar,
Sem ponto ou vírgula,
Sem destino ou perdição.

Poesia não é rima,
Não é métrica e nem tão pouco solidão,
Poesia é a arte de encantar a palavra,
Saborear a alma,
E saciar o coração.


sábado, 1 de setembro de 2007

Cinza

Outra tarde, melancolia bate á porta:
Entra – Respondo eu,
Já és da casa,
Senta na poltrona.
Entrego-lhe um chá de incertezas,
E no calor da lareira,
Alimentado pela solidão,
Começo a contar meus medos.

-Como é assim melancolia,
Não posso entender,
Porque posso de certa forma,
Apreciar as folhas caindo,
Sentado nessa poltrona desgraçada,
E corroída pelas traças,
Coloridas de verde e cinza.

-Não é assim, ela me responde,
Toma-te este meu título,
Não consigo pensar como posso,
Afetar-te mais;
Dessas conversas doidas,
E de todas essas tardes nubladas,
Quase que me perco sem querer,
Imerso em teu próprio pesar.

E assim melancolia sai á porta,
Deixando pra trás um velho guarda-chuva
Manchado de lágrimas frias,
Como um diário, de todas as tardes,
Noites, Manhãs, Madrugadas,
Que presenciou imparcial.
Hoje ela se deixa por mim,
E sem olhar pra trás, me transforma,
Em solidão.






sexta-feira, 31 de agosto de 2007

One more music...


Um solo de violão,
E a voz da lembrança no “backvocal”
Ta faltando tanta nota nessa canção...
A melodia pesa no coração,
Acontece, que já aconteceu,
E o gosto persiste...

Acompanhando a poesia,
E dançando com a melodia,
Se desfaz,
Já que é mantida pela magia,
Do verso que se
perdeu.

Onde está a dança,
Pra acompanhar o eu,
Que baila sem sentido algum,
E que ouve somente um ponto final,
Em uma bela canção.



Livre tempo vazio.


Nada mais comove o tempo
Nem as flores primaveris,
Não há vento forte o bastante,
Que me leve tão distante,
Quanto carece minha alma
Nesta tarde fria e solitária.

Pois no seio da lembrança,
Aconchego-me de passagem,
Como criança amargurada,
Que não aprendeu a andar.

Nada mais comove o tempo,
Que irresoluto se disfarça,
E me deixa na varanda,
A contemplar o borrão do céu.


terça-feira, 28 de agosto de 2007

Simplesmente Amor (não tão simples assim)





É ou não é,
Não existe meio termo,
Ou se ama por completo,
E se perde por inteiro,
Ou não existe amor,
Assim como perdição pela metade.

Amar não é um jogo,
É esquecer de si em prol do outro,
É dançar na chuva, contar piada,
Rir de nada, dormir abraçadinho,
Amor é ritmado, descompassado,
Estarrecedor, encantador...

Afinal,
O que é amor?

Amor é fazer do dia todo,
A beleza de um simples amanhecer.

Dedico Para Juh.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Fato? (Eu quase me esqueci...)


Nós sempre esquecemos,
Da toalha molhada, da luz acessa,
Da escada quebrada, da toalha na mesa,
Das pessoas passadas e daquilo que fomos,
Das manhãs brilhantes e dos nossos próprios sonhos.

Nós deixamos passar a vida,
Cultivamos o medo da morte,
A incerteza do que o amanhã reserva,
E a tristeza que nos espera à porta...

Nós nunca nos vemos,
Como seres um pouco menores,
Ou pássaros que não sabem voar,
E nuvens que precisam de céu.

Nós sempre esquecemos,
Daquilo que fazem por nós,
De onde viemos todos,
Das bondades em nosso cotidiano,
Da promessa que fizemos ontem,
E do quanto somos esquecidos.


sábado, 25 de agosto de 2007

Angelical (ou o triste fim de um anjo urbano)


Prodigioso, o anjo de asas púrpuras sorriu,

Tateou a sua volta por um pouco de felicidade,

Depois sentou-se, prevendo o vento, a chuva,

Que não tardou a intensamente cair.


Sorriu ao ver seu companheiro sol,

E odiou o mundo quando olhou pela janela,

Tampou os olhos á tamanha escuridão.


Limpou o rosto num papel qualquer,

Se vestiu não se esquecendo de esconder as asas,

Saiu, como se fosse qualquer sem rumo,

Mas com rumo certo para perder sua vida.


E de tanto tardar,

Acabou por morrer,

Sem nunca ter visto o mar.


Sonho, tempo e um canto meu.

Livres Versos, dançam no vento e invadem tua casa.
Não peço, não anseio, não despeço.
Não me deixo, não te deixo e não esqueço,
Mas não finja, que meu verso,
simples, livre, solto,
Não pode lhe tocar.



Sonho, tempo e um canto meu.


São todos, sonhos,
Guardados na gaveta,
Aprisionados na escuridão,
Esquecidos pelo tempo...

São todos, tempo,
Imersos nos sonhos
De um dia cantar.

São todos, Cantos,
Outros tantos empoeirados,
Onde guardo o teu retrato
Que o tempo me deixou.

Mas o tempo voa,
O sonho se perde,
E eu continuo num canto, sem canto.