Angelical (ou o triste fim de um anjo urbano)
Prodigioso, o anjo de asas púrpuras sorriu,
Tateou a sua volta por um pouco de felicidade,
Depois sentou-se, prevendo o vento, a chuva,
Que não tardou a intensamente cair.
Sorriu ao ver seu companheiro sol,
E odiou o mundo quando olhou pela janela,
Tampou os olhos á tamanha escuridão.
Limpou o rosto num papel qualquer,
Se vestiu não se esquecendo de esconder as asas,
Saiu, como se fosse qualquer sem rumo,
Mas com rumo certo para perder sua vida.
E de tanto tardar,
Acabou por morrer,
Sem nunca ter visto o mar.