segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A (Des)Ordem Dos Dias

A (Des)Ordem Dos Dias


E então,
Talvez ele olhe pelas ruas cinzas
E perceba quanto mal ficou pra trás.


Que neste dia,
Trucidada sua alma grite,
Transborde agonia e reviva-se gloriosa,
Sorria e chore casos e acasos.


Só assim,
Podereis clamar a chuva,
Pra preencher esse vazio da minh'alma.


Assim, somente,
Tal caminho se fará destino
E destino, mero facto,
mera circunstância, mero porém.


terça-feira, 29 de julho de 2008

Série Transições do Eu – Carta II : As Faces do “Nós”.

Série Transições do Eu – Carta II : As Faces do “Nós”.

O que fui eu,
Senão mais um,
Senão, menos um,
Ou um outro qualquer?

O que é a vida,
Senão um desencontro,
Senão, um encontro,
Um ponto ou parágrafo?

Acho que na minha caligrafia,
Faltou teu calor,
Faltou teu abraço.

E acho, que no meu abraço,
Faltou o calor,
Da tua palavra.

domingo, 20 de julho de 2008

Série Transições do Eu – Carta I: Escolhas

Série Transições do Eu – Carta I: Escolhas


Não muda o verbo,
Nem o sentido,
Transitório e intransitivo,
Não muda a chance,
Nem a letra escrita....

Não muda o tempo,
Nem a direção do vento,
Nem o sentido posto,
O Oposto que distrai.

Não muda a canção,
Nem a dor, nem solidão
Não muda....
Muda, não.

Só silêncio,
Mudo que muda,
A verdade e a mentira,
A chance e a rotina,
A coragem e a covardia.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Senso (em) Crítico

Senso (em) Crítico


Eu sou ético, imoral.
Tudo é tão patético...
É tão frio e tão imundo,
Vergonhoso, escancarado,
Camuflado...
É incógnita,
Nua e crua..
É carência, frio e dependência...
E um redemoinho de mim,
Sem ar, sem mar...
Horizontal, e sem gosto algum.


domingo, 1 de junho de 2008

Imerso

Imerso



Um momento certo,
Quase incerto de incertezas vãs...
Vão e vem...tudo vai e vem,
E de alguma forma espantosa,
O que fica, habita,
N’alma vazia, aflita
De quem amou...
E de quem nunca amou.

Silêncio.
Vazio controlado, desgastado....
É um eu roubado, é um mundo camuflado...
São seus olhos...
São seus olhos...

E nesse turbilhão,
Deus...nessa imensidão
De cores...
É como primavera, paraíso...
É como medo...
É como medo...

E é de um todo sem sentido,
Porque no que me diz respeito,
O sentido posto,
É tudo quanto,
Horizonte sem fim.




quinta-feira, 15 de maio de 2008

Crônicas em Preto e Branco

I


Existem coisas dentro de mim, que eu não consigo expulsar.
São fotos, são momentos, são cheiros e gostos...
Isso tudo, faz de mim uma pessoa suscetível, frágil, tão particularmente exposto ao frio que faz lá fora...
Esse frio, não é só por ser mais um inverno.
É um frio que precede mais um ano mal vivido, mais uma história mal acabada...É um frio de alma e de coração, e é bem maior do que qualquer palavra em seu aumentativo...
Eu não gosto de café, mas hoje a noite, ele cai bem...Sabe, aqueles filmes que nós assistimos quase que obrigados? Aqueles, que os personagens principais são o oposto do tudo posto, e ai eles se encontram num barzinho ou tomando um café requintado, ou então, andando cabisbaixos e entrelaçados no simples toque sutil de um olhar? Então, Conversa. Acredite, Não acredite nesse tipo de coisa.
O café de hoje, me lembra as noites amargas e cruas em que eu me peguei analisando os pontinhos de luz no meu apartamento do décimo nono andar...Sabe, lá de cima, o mundo parece só um casulo, como se fosse uma espécie de objeto possuído, e tido como palco, ou sei lá...talvez, só pra encenar mais uma peça de apresentação limitada. Lá de cima, o café esfria rápido, e longe de todo aquele asfalto imundo, o tempo para de forma inocente; Eu perco o rumo, sabe, as vezes até penso em voar por alguns segundos, mas me aterroriza a idéia de pousar no vazio, não pela ida cedo ou tarde certa, mas pelo medo de não ser.
E esse café, esse frio e essa ausência, só ressaltam ainda mais uma sensação de instabilidade causada por um existir. E de todas, de todas as dúvidas, dívidas, desastres e outros (des)pesares mais, a única coisa que me assusta, é olhar pra baixo, e te enxergar tão longe.
Sei lá, vai ver, é só um devaneio de uma noite sem sinônimos...

domingo, 4 de maio de 2008

FAXINA NA ALMA


FAXINA NA ALMA
Carlos Drummond Andrade



Não importa onde você parou...em que momento da vida você cansou...
O que importa é que sempre é possível e necessário recomeçar.
Recomeçar é dar uma nova chance a si mesmo...
E renovar as esperanças na vida e o mais importante, acreditar em você de novo.
Sofreu muito nesse período? foi aprendizado...
Chorou muito? foi limpeza da alma...
Ficou com raiva das pessoas? foi para perdoá-las um dia...
Sentiu-se só por diversas vezes? é porque fechaste a porta até para os anjos...
Acreditou que tudo estava perdido? era o início de sua melhora...
Pois é... agora é hora de reiniciar... de pensar na luz...
De encontrar prazer nas coisas simples de novo.
Que tal um novo emprego?
Uma nova profissão ?

Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso...Ou aquele velho desejo de aprender a pintar...

Desenhar... dominar o computador... ou qualquer outra coisa...
Olha quanto desafio... quanta coisa nova nesse mundão de meu Deus te esperando.
Esta se sentindo sozinho? besteira...

Tem tanta gente que você afastou com o seu "período de isolamento"...
Tem tanta gente esperando apenas um sorriso teu para "chegar" perto de você.
Quando nos trancamos na tristeza...nem nós mesmos nos suportamos...
Ficamos horríveis...o mal humor vai comendo nosso fígado...até a boca fica amarga.
Recomeçar... hoje é um bom dia para começar novos desafios
Onde você quer chegar?

Ir alto... sonhe alto... queira o melhor do melhor...
Queira coisas boas para a vida...

Pensando assim trazemos para nós aquilo que desejamos...
Pensando pequeno... coisas pequenas teremos...

Já se desejarmos fortemente o melhor e principalmente lutarmos

Pelo melhor...o melhor vai se instalar na nossa vida.
E é hoje o dia da faxina mental...Jogue fora tudo que te prende ao passado... Ao mundinho de coisas tristes...fotos... peças de roupa, papel de bala... ingressos de cinema...
bilhetes de viagens... e toda aquela tranqueira que guardamos quando nos julgamos apaixonados...
Jogue tudo fora... mas principalmente... esvazie seu coração...fique pronto para a vida... para um novo amor...
Lembre-se somos apaixonáveis...somos sempre capazes de amar muitas e muitas vezes...
afinal de contas...Nós somos o "Amor"...
Porque somos do tamanho daquilo que vemos, e não do tamanho da nossa altura.





quarta-feira, 30 de abril de 2008

Index.Viver

Index.Viver


Acredite, você só precisa de três coisas nessa vida:

Um ponto final.
Um Travessão,
E uma nova linha.


terça-feira, 29 de abril de 2008

The Last Day of Eternity Life (or Death?..)

The Last Day of Eternity Life (or Death?..)




Era tão branco...Mas nada límpido. Seus olhos penetravam cada pedacinho da imagem contida num quarto quase surreal de um hospital qualquer. Nada havia, a não ser flores, uma televisão desligada, uma cama desconfortável e uma mente quase vazia. Não sabia como, quando e porque...Mas sabia, que de todas suas virtudes e desvirtudes, sobrara uma nítida e utópica condição de conformismo.
Não havia rostos em suas mais profundas e rasas lembranças...havia pratos, voando por todos os lados...Se era alucinação, eu já não sei.
Não podia levantar, e isso era fato. Doía-lhe tanto a cabeça, que os pés não ousavam se mexer. A mente, num turbilhão de insucessos rotineiros, trazia-lhe um vazio quase doloroso...Ah! Se não fosse o quase!
Os dias passaram rápidos, e logo completou-se o vazio das desmemorias ...Não havia sinais de conflito em sua mente, mas doía-lhe o coração nas noites frias em que o fogo não afugentava a escuridão...Eu sempre soube, mal de amor, não têm cura. Amor não é memória, é talho, na alma....É marca, sem cicatriz.





segunda-feira, 14 de abril de 2008

Ouve(Houve)?

Ouve(Houve)?



Sabe, meu bem.
Eu já cansei de te ver contar.
De ver teu ótimo humor negro ressoar por entre a tela.
Sabe, meu bem.
Hoje eu cansei de discutir meias palavras.
Eu cansei, de ficar fingindo que nunca me importei.
Porque me importo.
E mais, comigo.

Teu segredo, é do mundo todo.
O meu, é do mundo que quer ver.
Estranho isso, tudo pode ser,
Do tamanho, do peso e da cor,
Daquele que vê.


Sabe, meu bem,
As chaves?
Elas estão no armário.
E não vim aqui, pra ver se eu mesmo,
Combino com tua decoração clichê.
Eu vim, pegar meu casaco,
Meu jeans surrado e minha liberdade.
As chaves,
Essas são as de menos.