sexta-feira, 31 de agosto de 2007

One more music...


Um solo de violão,
E a voz da lembrança no “backvocal”
Ta faltando tanta nota nessa canção...
A melodia pesa no coração,
Acontece, que já aconteceu,
E o gosto persiste...

Acompanhando a poesia,
E dançando com a melodia,
Se desfaz,
Já que é mantida pela magia,
Do verso que se
perdeu.

Onde está a dança,
Pra acompanhar o eu,
Que baila sem sentido algum,
E que ouve somente um ponto final,
Em uma bela canção.



Livre tempo vazio.


Nada mais comove o tempo
Nem as flores primaveris,
Não há vento forte o bastante,
Que me leve tão distante,
Quanto carece minha alma
Nesta tarde fria e solitária.

Pois no seio da lembrança,
Aconchego-me de passagem,
Como criança amargurada,
Que não aprendeu a andar.

Nada mais comove o tempo,
Que irresoluto se disfarça,
E me deixa na varanda,
A contemplar o borrão do céu.


terça-feira, 28 de agosto de 2007

Simplesmente Amor (não tão simples assim)





É ou não é,
Não existe meio termo,
Ou se ama por completo,
E se perde por inteiro,
Ou não existe amor,
Assim como perdição pela metade.

Amar não é um jogo,
É esquecer de si em prol do outro,
É dançar na chuva, contar piada,
Rir de nada, dormir abraçadinho,
Amor é ritmado, descompassado,
Estarrecedor, encantador...

Afinal,
O que é amor?

Amor é fazer do dia todo,
A beleza de um simples amanhecer.

Dedico Para Juh.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Fato? (Eu quase me esqueci...)


Nós sempre esquecemos,
Da toalha molhada, da luz acessa,
Da escada quebrada, da toalha na mesa,
Das pessoas passadas e daquilo que fomos,
Das manhãs brilhantes e dos nossos próprios sonhos.

Nós deixamos passar a vida,
Cultivamos o medo da morte,
A incerteza do que o amanhã reserva,
E a tristeza que nos espera à porta...

Nós nunca nos vemos,
Como seres um pouco menores,
Ou pássaros que não sabem voar,
E nuvens que precisam de céu.

Nós sempre esquecemos,
Daquilo que fazem por nós,
De onde viemos todos,
Das bondades em nosso cotidiano,
Da promessa que fizemos ontem,
E do quanto somos esquecidos.


sábado, 25 de agosto de 2007

Angelical (ou o triste fim de um anjo urbano)


Prodigioso, o anjo de asas púrpuras sorriu,

Tateou a sua volta por um pouco de felicidade,

Depois sentou-se, prevendo o vento, a chuva,

Que não tardou a intensamente cair.


Sorriu ao ver seu companheiro sol,

E odiou o mundo quando olhou pela janela,

Tampou os olhos á tamanha escuridão.


Limpou o rosto num papel qualquer,

Se vestiu não se esquecendo de esconder as asas,

Saiu, como se fosse qualquer sem rumo,

Mas com rumo certo para perder sua vida.


E de tanto tardar,

Acabou por morrer,

Sem nunca ter visto o mar.


Sonho, tempo e um canto meu.

Livres Versos, dançam no vento e invadem tua casa.
Não peço, não anseio, não despeço.
Não me deixo, não te deixo e não esqueço,
Mas não finja, que meu verso,
simples, livre, solto,
Não pode lhe tocar.



Sonho, tempo e um canto meu.


São todos, sonhos,
Guardados na gaveta,
Aprisionados na escuridão,
Esquecidos pelo tempo...

São todos, tempo,
Imersos nos sonhos
De um dia cantar.

São todos, Cantos,
Outros tantos empoeirados,
Onde guardo o teu retrato
Que o tempo me deixou.

Mas o tempo voa,
O sonho se perde,
E eu continuo num canto, sem canto.