sábado, 1 de setembro de 2007

Cinza

Outra tarde, melancolia bate á porta:
Entra – Respondo eu,
Já és da casa,
Senta na poltrona.
Entrego-lhe um chá de incertezas,
E no calor da lareira,
Alimentado pela solidão,
Começo a contar meus medos.

-Como é assim melancolia,
Não posso entender,
Porque posso de certa forma,
Apreciar as folhas caindo,
Sentado nessa poltrona desgraçada,
E corroída pelas traças,
Coloridas de verde e cinza.

-Não é assim, ela me responde,
Toma-te este meu título,
Não consigo pensar como posso,
Afetar-te mais;
Dessas conversas doidas,
E de todas essas tardes nubladas,
Quase que me perco sem querer,
Imerso em teu próprio pesar.

E assim melancolia sai á porta,
Deixando pra trás um velho guarda-chuva
Manchado de lágrimas frias,
Como um diário, de todas as tardes,
Noites, Manhãs, Madrugadas,
Que presenciou imparcial.
Hoje ela se deixa por mim,
E sem olhar pra trás, me transforma,
Em solidão.






Um comentário:

Anônimo disse...

Daria um belo,belo conto...
só dá uma revisada que fica ótimo.
o/